Processo de validação do método de calcinação para a determinação do teor de matéria orgânica em amostras de solos do Peru
DOI:
https://doi.org/10.35622/Palavras-chave:
correlação, matéria orgânica, oxidação úmida, perda por igniçãoResumo
A matéria orgânica do solo (MOS) é um indicador fundamental da qualidade do solo, devido ao seu impacto nas propriedades físicas, químicas e biológicas. O método padronizado no Peru para determinar a MOS é o de oxidação úmida, que requer o uso de reagentes químicos controlados, cujo descarte inadequado representa um risco de contaminação ambiental. Como alternativa, pode-se utilizar o método de calcinação, que é menos poluente, embora as temperaturas ainda não tenham sido uniformizadas em nível nacional. O objetivo desta pesquisa é comparar o método de calcinação em três diferentes temperaturas de ignição com o método padronizado. Foram analisadas 61 amostras de solo provenientes de diferentes regiões do Peru, com teores variados de MOS e CaCO₃. As temperaturas de calcinação foram de 400 °C, 500 °C e 600 °C. Nos resultados, compararam-se os valores de MOS obtidos por oxidação úmida e por calcinação, utilizando o teste de Wilcoxon, que indicou diferenças significativas (p < 0.05). Foram elaboradas equações de regressão linear para avaliar a correlação entre ambos os procedimentos, constatando-se que a MOS obtida por calcinação nas três temperaturas apresentou uma correlação linear sólida (R²ajus = 0.88). Nas equações de regressão para cada temperatura de calcinação, a de 400 °C mostrou a maior correlação com o método padronizado (R²ajus = 0.92, p < 0.005). Esses resultados indicam que o método de calcinação a 400 °C pode ser útil para estimar o teor de matéria orgânica do solo em diferentes tipos de solo.
Referências
Bazán, R. (2017). Manual de procedimientos de los análisis de suelos y agua con fines de riego. Ministerio de Agricultura y Riego/Instituto Nacional de Innovación Agraria.
Ćirić, V., Prekop, N., Šeremešić, S., Vojnov, B., Pejić, B., Radovanović, D., & Marinković, D. (2023). The implication of Cation Exchange Capacity (cec) assessment for soil quality management and improvement. Agriculture & Forestry/Poljoprivreda i šumarstv, 69(4). DOI:10.17707/AgricultForest.69.4.08
Combs, S. M., & Nathan, M. V. (1998). Soil organic matter. In J. R. Brown (Ed.), Recommended chemical soil test procedures for the North Central Region (North Central Regional Research Publication No. 221, Revised ed., pp. 53–58). Missouri Agricultural Experiment Station SB 1001. https://www.canr.msu.edu/uploads/234/68557/rec_chem_soil_test_proce55c.pdf
Eyherabide, M., Saínz Rozas, H., Barbieri, P., & Echeverría, H. E. (2014). Comparación de métodos para determinar carbono orgánico en suelo. Ciencia del suelo, 32(1), 13-19. https://ri.conicet.gov.ar/bitstream/handle/11336/25777/CONICET_Digital_Nro.6092f0df-9d4b-4597-a8ad-7433176558ac_A.pdf?sequence=2&isAllowed=y
Food and Agriculture Organization. (2017). Mapa del carbono orgánico del suelo. Organización de las Naciones Unidas para la Alimentación y la Agricultura/FAO. https://openknowledge.fao.org/server/api/core/bitstreams/0321e0f3-9e17-4f9f-9430-253d0f67f736/content
Kristl, M., Mursec, M., Sustar, V., & Kristl, J. (2015). Application of thermogravimetric analysis for the evaluation of organic and inorganic carbon contents in agricultural soils. Journal of Thermal Analysis and Calorimetry, 123(3), 2139-2147. https://link.springer.com/article/10.1007/s10973-015-4844-1
Martínez, H., Fuentes, E., y Acevedo, H. (2008). Carbono orgánico del suelo y propiedades del suelo. Revista de la ciencia del suelo y nutrición vegetal, 8(1). http://dx.doi.org/10.4067/S0718-27912008000100006
Martínez, J. M., Galantini, J. A., Duval, M. E., López, F. M., and Iglesias, J. O. (2018). Estimating soil organic carbon in Mollisols and its particle-size fractions by loss-on-ignition in the semiarid and semihumid Argentinean Pampas. Geoderma Regional, 12, 49-55. https://doi.org/10.1016/j.geodrs.2017.12.004
Sadzawka, A., Carrasco, M., Grez, R., De La Luz Mora, M., Flores, H. y Neaman, A. (2006). Métodos de análisis recomendados para los suelos de Chile (Revisión 2006). Serie Actas INIA (Instituto de Investigación Agropecuaria) N°34. Ministerio de Agricultura/Gobierno de Chile. https://www.schcs.cl/wp-content/uploads/2018/11/Analisis-de-suelos.pdf
Schulte, E. E., & Hopkins, B. G. (1996). Estimation of soil organic matter by weight loss-on-ignition. In F. R. Magdoff, M. A. Tabatabai, & E. A. Hanlon Jr. (Eds.), Soil organic matter: Analysis and interpretation (Vol. 46, Chap. 3). SSSA Special Publications. https://doi.org/10.2136/sssaspecpub46.c3
Shamrikova, E. V., Vanchikova, E. V., Lu-Lyan-Min, E. I., Kubik, O. S., & Zhangurov, E. V. (2023). Which method to choose for measurement of oranic and inorganic carbon content in carbonate-rich soils? Advantages and disadvantages of dry and wet chemistry. Catena, 228, 107151. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0341816223002424?via%3Dihub
Van Bemmelen, J. M. (1890). Über die Bestimmung des Wassers, des Humus, des Schwefels, der in den colloïdalen Silikaten gebundenen Kieselsäure, des Mangans u. s. w. im Ackerboden. Die Landwirthschaftlichen Versuchs-Stationen, 37, 279–290. https://edepot.wur.nl/211282
Wang, X., Wang, J., & Zhang, J. (2012). Comparisons of three methods for organic and inorganic carbon in calcareous soils of Northwestern China. PLOS ONE, 7(8), e44334. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0044334
Walkley, A., & Black, I. A. (1934). An examination of the Degtjareff method for determining organic carbon in soils: Effect of variations in digestion conditions and of inorganic soil constituents. Soil Science, 63, 251–263. https://www.scirp.org/reference/ReferencesPapers?ReferenceID=2196695
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Sumiry Aguilar, Carlos Mestanza, Braulio La Torre, Berthin Ticona (Autor/a)

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.





